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Phares to Globo of Brazil: "Internet se converte em campo de batalha para terroristas"
By Dr Walid Phares
Apr 10, 2007 - 12:16:00 PM

Phares to Globo of Brazil: "Internet se converte em campo de batalha para terroristas"

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10/04/2007 - 13h15 - Atualizado em 10/04/2007 - 13h18

Internet se converte em campo de batalha para terroristas
Rede pode ser usada para causar danos sem a presença física do terrorista.

Pesquisadores alertam para a aceleração no desenvolvimento dos hackers do terror.

Daniel Buarque e Juliana Carpanez Do G1, em São Paulo entre em contat

As imagens das câmeras de segurança do maior aeroporto do Alasca, nos Estados Unidos, foram hackeadas e divulgadas em tempo real por um site editado por radicais islâmicos, no final do ano passado. O que parece um filme de espionagem e ficção científica é parte de uma nova faceta da “guerra santa” contra a civilização ocidental: Os terroristas estão transformando a internet numa zona de combate, e o objetivo é o “colapso total do Ocidente”.

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Exemplo de site usado por militantes da jihad eletrônica (Foto: Reprodução/Memri)

“Atacando pela internet eles podem ter a capacidade de causar mais danos de que qualquer outra forma de terrorismo convencional”, disse Eli Alshech, diretor do Projeto de Estudos de Terrorismo e Jihad do Memri, centro de estudos da mídia do Oriente Médio, em entrevista ao G1.

Alshech monitorou por mais de um ano as atividades de terroristas radicais islâmicos na internet, o que chamou de jihad eletrônica. Segundo ele, é possível que outros tipos de terrorismo também utilizem a internet para ataques, mas seus dados dizem repeito apenas à jihad islâmica.

A idéia deles é multiplicar suas forças com a ajuda da tecnologia. Com a internet, os terroristas podem realizar ataques físicos sem precisarem se explodir como homens-bombas, atacando redes de gás ou energia elétrica; podem causar danos financeiros, atacando instituições governamentais ou bancos; e podem até mesmo tentar causar o colapso do Ocidente pela destruição das redes de comunicação pela internet.

“Precisamos entender que muito da infra-estrutura do mundo ocidental é controlado por computador, mas nem sempre se tem uma segurança apropriada. A idéia deles é encontrar os pontos fracos para causar o maior dano possível”, explicou Alshech. “Nos últimos quatro meses, os ataques se tornaram mais sofisticados e especialmente mais organizados quanto a táticas usadas e objetivos a serem atingidos. Este processo está muito acelerado agora.”

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Alguns dos sites ensinam técnicas de hackers aos terroristas (Foto: Reprodução/Memri)
O diagnóstico de Alshech foi confirmado pelo diretor do Projeto Futuro do Terrorismo, Whalid Phares. Em entrevista ao G1, ele ressaltou que desde o final dos anos 90 a internet vem sendo usada por jihadistas em três frentes: doutrinação, recrutamento e, mais recentemente, ações terroristas.

“A internet é uma força multiplicadora para os terroristas. Assim eles podem evitar uma movimentação física que os expõe, passando a se reunir on-line, sem correr maiores riscos”, disse Phares, que é autor dos livros “Future Jihad” e “War of Ideas”, ainda não lançados em português .

Riscos reais
Na busca pela “destruição do Ocidente”, a verdade é que nenhum ataque por meios virtuais teve até agora resultados no mundo físico. Mas, se os terroristas já se mostraram capazes de entrar no sistema de um aeroporto nos Estados Unidos, o sinal é de que é preciso começar a prestar atenção e tomar cuidado com a jihad eletrônica.

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Programa usado por terroristas para atacar seus alvos pela internet (Foto: Reprodução/Memri)
Segundo Dave Marcus, gerente de pesquisa e comunicação da empresa de segurança McAfee, a probabilidade de um ataque terrorista conseguir derrubar a estrutura da própria rede mundial de computadores existe, mas é muito pequena. Em entrevista ao G1, ele ressaltou o quanto se pesquisa para desenvolver cada vez mais a segurança da internet.

“Já se fala sobre a possibilidade de derrubar a internet há anos, claro que é possível, mas há tantas precauções e redundâncias envolvendo a estrutura da internet que isso não seria provável”, disse. “Há tantos níveis de segurança e de análise de tráfego e de checagem que não vejo isso acontecendo por um longo período de tempo.”

Para Alshech, realmente não é possível saber do que os terroristas são, de fato, capazes, mas o desenvolvimento recente das técnicas empregadas por eles é assustador o suficiente para alertar o Ocidente. “Não temos evidência até agora de que os jihadistas têm a capacidade de se tornar uma ameaça iminente ao Ocidente, mas, pelo material que vemos circular pela internet, a capacidade de atacar deles deu um grande salto nos últimos meses, e temos que estar preparados para não termos que nos preocupar no futuro.”

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Programa usado pela comunidade islâmica (Foto: Reprodução/Memri)
Por terem objetivos diversos dos hackers tradicionais, diz, eles podem alcançar seus objetivos ao desenvolverem técnicas de ataque para os quais os sistemas não estão preparados. “Eles estão desenvolvendo novas técnicas de hackear sistemas do Ocidente, estão aprendendo muito rapidamente e têm a motivação para fazer esses ataques. Vai demorar até eles conseguirem invadir sistemas bancários, por exemplo, mas não tanto até que cheguem a sistemas de eletricidade, de esgoto, de barragens, de cidades dos Estados Unidos ou da Europa. Se eles se esforçarem, sem dúvida vão conseguir encontrar os pontos mais fracos da infra-estrutura ocidental.”

Além das estruturas governamentais e instituições públicas, o cidadão comum também pode se proteger do terrorismo pela internet da mesma forma que se protege do crime virtual, segundo Marcus. O maior risco, segundo ele, são os “códigos maliciosos”, que podem escravizar uma máquina, permitindo que ela seja controlada remotamente, e formar um exército de ‘zumbis’ sob comando dos radicais terroristas.

“Os usuários podem se proteger mantendo suas máquinas livres, instalando programas de segurança, além de manter softwares de segurança sempre atualizados. Os usuários não devem confiar apenas nos governos e terceiros, têm de fazer sua parte.”



Terror com ética
O que chama a atenção nessa motivação diferenciada dos hackers da jihad é um código de ética que foca a atenção dos terroristas em causar danos de forma organizada ao Ocidente, sem permitir que nenhum deles use a técnica para proveito pessoal.

“Eles não são vândalos”, disse Alshech. “Não atacam nada por acaso ou à toa, mas têm que servir a um propósito e seguir uma doutrina, um rigoroso esquema de ética, completamente diferente do que conhecemos, mas ainda assim responsável por balizar a forma como podem ser feitos os ataques.”

Para Phares, a moral terrorista existe, mas não os exime de culpa. “Os nazistas cometeram crimes em massa alegando que estava defendendo a sua raça e não ganhos pessoais. Os soviéticos o fizeram em defesa dos trabalhadores e das crenças marxistas-leninistas. Agora os jihadistas dizem que o fazem em nome da religião, quando na verdade agem apenas por ideologia. Nada justifica a ação terrorista. Não existe terrorismo ético.”


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